Futuro do Pretérito
Futuro do Pretérito
Aqui,
do meu quarto,
poderia escrever,
os versos mais tristes.
Lá fora a noite,
outrora imponente,
já deixou-se vencer pelo dia que chega.
Aqui,
do meu quarto,
poderia escrever,
os versos mais tristes.
Como se a escrita deixasse indolor,
a ausência de teus lábios,
teu afeto.
Claro como o brilho de teu olhar - a meus olhos,
o sol insiste em irritar minhas retinas,
que anseiam por mais noite,
que anseiam por mais escuridão,
ante a falta de tua luz.
Eu poderia escrever os versos mais tristes,
E dizer que já não te quiero.
Eu poderia escrever,
sobre o vento a girar
no céu,
sobre o canto da vida em seu ir e vir,
eu poderia escrever sobre você,
sobre mim.
Mas não sou neruda,
não escuto a canção do vento,
nem sinto a imensidão da noite
Quase me esqueço das promessas,
dos pequenos infinitos,
do conforto do teu estar,
de teu sorrir.
Não sinto a imensidão da noite,
pois teu sorrir já não está lá,
não pra mim.
Eu poderia escrever os versos mais tristes.
E deixar o meu afeto se escorrer entre eles.
Eu poderia escrever,
Eu poderia,
Eu poderia ser feliz um dia,
como fui com você.
6 Comments:
Gosto de algumas partes, não de todo o texto... mas como faz muito tempo que não posto/escrevo nada novo, deixo-o aqui (publicado) como está, de ausências fica apenas a do objeto amado pelo eu poético... rs
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Avalio positivamente.
Gostei bastante!
Nossa, Nilo...muito lindo. Chega dá uma agonia no peito. Você não é Neruda. Você é Nilo brocação!
Vixi, saiu identificação. É Arobed que vos escreve! Beijão! Saudade!
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