Friday, January 26, 2007

Nó Cego

O branco do papel a minha frente,
Não traz paz a minha mente,
Tampouco o faz a escrita.


Debruçar-me sobre um novo poema,
Pode servir de escoadoro,
De vazão a sentimentos e significações,
Escolhendo-se depois o que se quer guardar,
Ou simplesmente perdendo-se tudo,
no preciso momento em que foi descrito.


Tal não ocorre agora.


Agora não perco nada, não ganho nada,
nem quero descrever nada.


Parece que tenho medo,
Medo que avança até sobre o escrever,
E afasta a lógica, afasta tudo,como que recolhendo-se sobre si,
a espera do desfecho trágico ou glorioso.


Parece que tenho medo,
E assim como receio a escrita,
Sinto-me receando a iniciativa,
deixando-me levar pelos acontecimentos,
e sendo, portanto,
o menos eu quanto possível.


Mas sentimentos são assim,
Leve e soltos nos assaltam e nos abandonam,
E quando menos esperar volto a ser um pouco mais de mim,
Ou ao menos de busca de mim.


Onde estão as rédeas que nunca encontro?


Por Nilo Santana em 26.01.06 11:00;00
Salvador

2 Comments:

Blogger Braga e Poesia said...

honestidade, ritmo e andamento. um bom poema

6:44 AM  
Blogger Priscila Cristina said...

Será que hoje você encontrou suas rédeas?
Você ainda se identifica com esse texto?
Gostei dele, e dessa tua mente meio melancólica ^^

1:27 PM  

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