um ode ao carnaval...

é patético quando nem o escrever faz sentido, puro vício.
o papel em branco ou o traço piscando no monitor esperando q vc aperte alguma tecla ou traçe letras,

aí vc se lembra do tempo em que escrever servia como vazão a seus sentimentos, a suas angustias, felicidades e frustações,
se lembra de como aquilo parecia mágico e vivo... e agora tudo parece tão morto e pálido, corroído pelo desnorteamento de todas as coisas....

suas memórias daqueles tempos quase lhe soam tão falsas como qquer emoção que pense emular...

após um certo tempo vc provavelmente voltará a sentir, voltará a chorar e até sorrir, com aquela intensidade de costume que vc considera normal, aquela intensidade que vc exige para chamar algo de vivo, aquela intensidade que vc exige para sentir que lhe exista um sentido, aquela intensidade à qual vc quase se resume, abstendo-se assim de maiores percepções e indagações sobre a conflituosidade inata de teu ser...,

e aí se vc reflete sobre tudo isso, ainda fica numa puta dúvida sobre qual estado seria mais deplorável, a da cegueira dos sentimentos intensos, fruto do que lhe parece nos momentos de agonia como um processo de alienação de sua própria vida, ou a da agonia qdo os sentidos das coisas lhe escorrem entre os dedos mas vc não consegue segurar um sequer ??

é, mas regra geral vc não reflete mto sobre isso, senão ou já teria surtado ou encontrado o jeito zen de viver, transcendendo aos sentidos, aproveitando os momentos de sentir intenso, paciente com os momentos de falta de sentir, deliciando-se do viver dando a cada momento o "valor" infinito que ele mereceria ter... mas como vc em geral n reflete mto sobre isso.. simplesmente vai levando e vivendo, ora talvez cego e feliz, ora deprimido ao descobrir-se cego e nada conseguir tocar.