MARATONA DE CINEMA 08-11-2012
3 HISTÓRIAS E 1 DESTINO- trata-se de um filme evangélico e a sessão que eu assisti
ainda por cima foi dublada. Não eu não sabia disso antes de iniciar
a sessão. Se você for evangélico acho que vale a pena, o filme é
divertido em alguns pontos e até emociona em outros, o grande problema é que para quem não
for evangélico o filme acaba sendo moralista demais, ou seja ao
contrário de febre do rato aqui sim creio que temos um filme
panfletário, e apesar do tom moralista de certo modo conservador no
final, o filme como um todo é até menos conservador do que eu
esperaria, provavelmente movido pelo interesse em mostrar a fé como
algo mais “cool”, menos quadradão, enfim... mas se você não
for evangélico eu não recomendo, mas me diga o que achou se
assistir mesmo assim.
E SE VIVESSEMOS TODOS JUNTOS?- dois casais hetero e um homem, todos da dita melhor idade,
amigos de longa data, decidem morar juntos para melhor enfrentar
novos desafios e apoiarem-se uns aos outros. No meio disso tudo um
estudante de antropologia contratado para cuidar do cachorro de um
deles acaba resolvendo fazer das repúblicas de idosos seu objeto de
mestrado – ou doutorado não lembro mais- e passa a conviver 24 hs
com eles, para estudá-los e representar no filme um diálogo entre a
juventude e a melhor idade francesa. Apesar do antropologo que “cai
do céu” para poder exercer sua função na história o filme é
divertido e em alguns momentos emociona. Há também um conflito
entre um dos idosos e seu filho, que acaba sendo o mote que leva à
criação da república, levando todos a morarem juntos, bem como
histórias do passado que acabam surgindo à tona no meio do filme,
mas isso tudo já seria spoiler desnecessário.
A VIDA DE OUTRA MULHER-
sabe aquela coisa do filme brasileiro em que um casal troca de corpos
um passando a viver no corpo do outro? Esse filme é algo parecido
porém levado a sério e não num tom apenas de comédia, apesar de
ser sim um filme engraçado, ele tenta mostrar um pouco o drama da
personagem principal. É um filme sobre escolhas, sobre olhar para
trás e não entender muito bem como suas escolhar lhe levaram ao que
você é hoje. Associe a isso uma pitada de “ih, minha juventude
está se esvaindo será que estou realmente aproveitando minha vida
como gostaria?”. Não deve ser um dos melhores filmes de juliete
binoche mas vale a pena. Uma coisa que gostei muito do filme não vou
comentar aqui pra não soltar spoiler, se você assistir fale
comigo.. :p
CORAÇÕES SUJOS- um
dos filmes que mais gostei nessa maratona. Você sabe aquela coisa de
que o imperador é um Deus invencível e não um simples humano?
Lembra um pouco o discurso de legitimação divina do poder que
antece o iluminismo. E lembra de que toda essa lenda existia em torno
do imperador japonês ainda no seculo passado? Pois é muitos
japoneses acharam absurdo o imperador ter se rendido na segunda
guerra mundial. Aqui no brasil muitos não acreditaram. E aqueles que
acreditaram eram tratados como traidores, chamados de “coração
sujo”, por aqueles que achavam que aquilo tudo já era uma jogada
de marketing bem bolada pelos avós dos atuais coordenadores de
campanhas políticas. E isso deu muita briga, com muitos japoneses
mortos, feridos e presos no saldo dessa confusão. O filme tenta
reproduzir isso em uma micro escala, uma comunidade japonesa no
estado de são paulo. Esse é o pano de fundo e acho que é o real
objetivo do filme, mostrar esse período historico e os conflitos que
o marcaram. Mas não é a história contada em primeiro plano. Em
primeiro plano temos a construção de um herói. Um herói bem
interessante, contraditório e, bom vou evitar falar mais, mas quando
comecei a perceber o nascimento do herói me lembrei um pouco de
alguns animes seriados ou isolados que assisti esporadicamente com
heróis espadachins japoneses. Mas não sou especialista em animes,
se você conhece muito de animes e ver esse filme me avise e vamos
ver se teve a mesma opnião que eu sobre quem e como foi transformado
em herói ao longo do filme.
1 Comments:
Desses filmes só assisti o "Corações sujos". Dos outros, terei que acreditar piamente na sua análise.rs
Sou neta de imigrantes e entendo essas tentativas de reproduzirem ao máximo a sua vida na sua pátria em terra distante e condições adversas.
Uma coisa que me chamou atenção foi a forte noção dos personagens que deveriam "fazer o certo" mesmo que significasse que suas vidas corressem perigo ou terem que cometerem crimes. Tem uma cena que um personagem diz: "Não pense não tenho medo, mas devo fazer o que é certo." (Ou algo assim.) Só que "o correto" pode ser apenas questão de ponto de vista.
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