Sunday, January 06, 2013

FILMES JANEIRO 2013

AS AVENTURAS DE PI- o filme atendeu minhas expectativas. um filme sobre a arte de contar histórias. valeu a pena.
A FILHA DO PAI - A história é divertida, algumas cenas muito engraçadas. alguns personagens interessantes. enfim, um filme leve muito engraçado. mas muita gente achou o final excessivamente açucarado.
UM ALGUÉM APAIXONADO - não conhecia o diretor Abbas Kiarostami  vou tentar lembrar o nome dele e ficar atento ao próximo filme. acho que dos que vi no cinema em janeiro foi o que mais gostei até o momento.

Thursday, January 03, 2013

AS VANTAGENS DE SER INVISIVEL

Pois é tem a Hermione lá. Acho que por um bom tempo em qualquer lugar em que Emma Watson estiver, lá estará também um pouco da Hermione. No filme as vantagens de ser invisível ela continua linda e vestida em uma personagem que você sente vontade de levar para casa (o que não acontecia com Hermione, culpa da presença da personagem Lunna Lovegood que roubava a cena).  Apesar de Hermione, ops Emma Watson vestida em uma personagem interessante, apesar da existência de vários outros personagens igualmente interessantes, com o próprio Charlie, Patrick, ou a menina rica que gostava de roubar, boa parte deles até explorados com mais profundidade do que eu esperava - o que foi uma boa surpresa- o filme em minha opnião tem altos e baixos. O pior baixo de todos foi a cena do segundo beijo entre Charlie e uma das personagens (vamos evitar muitos spoilers), pois o beijo foi antecedido de uma cena que me soou totalmente artificial, um dialogo muito didatico que não corroborava nada do que os personagens até então aparentavam pensar ou sentir, era como se estivesse se manifestando ali um eu maior de cada um deles que fez uma auto analise em 5 segundos e estavam dizendo um ao outro pq não havia acontecido muita coisa entre eles, e ensinando-se mutuamente o que mudar para conseguir isso.

Algumas cenas com o professor de Charlie me incomodaram também, acho que o ponto baixo aqui é que na minha opnião dada a importância que o Professor teve na trama (secundária mas com uma importância simbólica recorrente), merecia um tratamento menos superficial, mas acaba sendo um personagem apenas utilizado como instrumento, como pano de fundo para o desenrolar da festa, digo da trama.

Enfim, o filme conta um pouco a vida de Charlie, um garoto com dificuldades de relacionamento no colégio, cujo melhor amigo se suicidara cerca de um ano antes, e que de repente conhece novos amigos legais que lhe mostram que ele não precisa se sentir a pior pessoa do mundo e que para se sentir vivo não precisa ser uma pessoa popular. Os novos amigos representam um grupo transgressor que convidam Charlie a transgredir, transgredir saindo de sua tristeza rumo a felicidade, transgredir desse sistema idiota que a escola representa bem como dos valores que estão ali explicita ou implicitamente valorizados- me desculpem a intencional redundancia. Nada de muito novo, o que não é em si um problema em minha opnião, não tenho nada contra clichês.


O filme me lembrou um pouco sociedade dos poetas mortos, a grande diferença é que não lembro de baixos em a sociedade dos poetas mortos, apenas de pontos altos. Não sei se o problema é o período de vacas magras na lista de filmes assistidos nesse ano (considerando que até o carnaval ainda estejamos em 2012) ou se realmente os pontos altos desse filme compensam os pontos baixos, mas a questão é que no final das contas foda-se que alguns diálogos soaram superficiais ou inverossímeis, foda-se que algumas cenas me incomodaram e cortaram o clima, o que acabou prevalecendo é que alguns pontos altos foram muito bons.

 Porque alguns filmes "te ensinam" a sentir raiva, alguns filmes te provocam medo, outros te provocam dor, angústia. todas podem ser vistas como transgressões emocionais se considerarmos que você transgride da emoção em que você estava antes do filme, ou da que vc estaria acaso não estivesse vendo o filme. desse ponto de vista ao te impactar emocionalmente o filme te permite experienciar novas reações, experienciar um pouco do que lhe faz sentir medo, experienciar como está em locais emocionais que antes você talvez nunca tenha estado, ou de certa forma faz sentir-se em papéis sociais nos quais você nunca esteve - ou nunca se percebeu exercendo- e o faz refletir sobre como é estar lá Alguns filmes te ensinam isso, ou te propiciam o ambiente no qual você mesmo possa ensinar-se isso tudo. Mas alguns filmes te ensinam ou te relembram a arte do deslumbramento, o permitir-se surpreender-se com o que se vê, porque como parece que algum filosofo há muito tempo já falou é impossível a um homem entrar em um mesmo rio duas vezes, porque a todo momento que passa nada mais é o mesmo. E isso aconteceu em cenas como aquela em que Charlie, após olhar sua musa que estava em êxtase com o vento a tocar-lhe o corpo e a música genial que até então não conhecia a vibrar em seus tímpanos, responde a indagação de Patrick sobre como ele estava com a seguinte frase:
- I feel the infinite.  ou I feel infinite. fiquei na dúvida traduziram como eu sinto o inifinito. seja eu sinto o infinito ou eu me sinto o infinito, não faz muita diferença para mim. aquela cena cumpria seu papel de transgredir-me emocionalmente, para o deslumbramento, para a epifania.

Há filmes que para mim são uma epifania em si mesmos, como sociedade dos poetas mortos. Ou Dogvile, ou Transpointing. Não é o caso desse filme. Mas as "micro epifanias" que encontrei ao longo das cerca de 01:47 min de filme fazeram valer a pena tê-lo visto. Apesar dos pesares.