Friday, February 23, 2007

Despedida

Não sei chorar, não sei partir
só lembranças que as vezes choro
e saudades do carinho e dos lugares
passado, tempo, permanência
você é especial, não acaso,
ou acaso predestinado
não existe distância, nem em tempo nem em quilometros
pessoas que se gostam apenas se gostam
seja efêmero ou não.

beijos e muita luz

Aline Maria


- essa poesia foi escrita qdo eu estava indo embora de curitiba por uma pessoa que eu gosto muito. Foi feita em resposta a poesias distribuídas ao acaso para alguns dos presentes, que foram mais importantes para mim na minha curta e feliz morada em ctba., em uma festinha de despedida que qse levou os vizinhos a chamarem a polícia.


folheando o caderno a encontrei e resolvi postar aqui... Foi com felicidade que li seus traços, apesar da distância atual daquela que os riscou. Encontros e desencontros maravilhosos ctba me proporcionou.

Relato 2

Algum tempo depois o rapaz da limpeza se aproxima da mesa das meninas, diz que o segredo de permnecer acordado é ter de ficar andando, de um lado a outro do aeroporto. Acabo me aproximando, pergunto a uma delas pq. não usa a estratégia dele para evitar o sono. Troco algumas palavras. Volto à minha mesa. Aos poucos vou conversando mais com elas, e conheço também uma mulher que faz a limpeza do banheiro feminino. Uma das meninas se afasta do grupo, vai tentar remediar o excesso de sono. Continuamos conversando, três na mesa. Elas voltam às lojas em que trabalham, eu volto à mesa anterior e ao Hespanha, cochilo. Ao acordar uma delas acaba puxando papo e me impede de pôr em prática a primeira coisa que pensei ao despertar, continuar a cochilar. Que seja. Volto à mesa delas, acabo conversando até o dia amanhecer. Consegui dormir apenas cerca de 40 minutos.

Pego o ônibus de sete e alguma coisa. Solto próximo ainda ao aeroporto e lanço-me em outro ônibus que, embora muito mais cheio que o anterior, me deixaria muito mais próximo da pousada. Desço na Praça Pirulito e logo reconheço o que acredito ser a pousada. Graças à internet e à foto da fachada que eles mantém em seu site. Me alertaram que naquela praça atuam muitas prostitutas. Não vi nenhuma. Somente no dia seguinte acabaria almoçando num bordel (Cabaret, como disseram).Mas isso foi apenas no dia seguinte, e um tanto quanto distante da Praça Pirulito.

Tuesday, February 20, 2007

Lembranças do amar.

Não te prometo o mar,
nem o sol,
Pior não te prometo
a mim.

Mas te vejo calada,
e me entrego,
Impiedosamente ao
teu existir,
Ansiando que ele
seja nosso.



Escrito no avião em direção a Maceió, madrugada do dia 09 p/ o dia 10 de fevereiro de 2007, terminado durante o pouso.

A PERDA

Não há nada de meu no que perco,
Não há nada de meu no que deixo,
Resta saber se há algo de meu no que sou.

Os instantes não se cruzam,
E a idéia de continuidade das coisas soa realmente absurda.

Mas olhares se tocam,
E pernas se enlaçam,
E gritos se insurgem
E os instantes insistem em parecer contínuos,
E as dores, as vezes, querem parecer eternas,
Não há nada de meu no que perco.




Escrito no avião em direção a Maceió, madrugada do dia 09 p/ o dia 10 de fevereiro de 2007, durante uma leve turbulência.

Alice

Diante de um ponto Alice se depara com a dúvida. Para onde seguir? Qual caminho escolher? Alice olha e tenta antever o futuro, se empolga com um, amigos, amantes, dinheiro, nenhum grande amor, pára. Volta no tempo, o olhar segue por outro caminho, dinheiro, nem tanto, amigos, nem tanto, amantes, a mais, grandes amores, um, perdido cedo, ao menos tive, sou romântica, pensa Alice, ou quero ser....Quero? Alice resolve novamente olhar o caminho anterior e se surpreende, amigos, nem tanto, amantes, tantos quanto, amores, um platônico e um vivido e desvivido (a arte do desencanto), dinheiro, ainda mais, Alice pára. E respira. Assusta-se com a volatilidade das coisas, ou dos futuros, ao menos. Mas Alice não questiona isso. Não quer encontrara Verdade por detrás do volátil, do efêmero. Não quer descobrir o perene além do mutável e ilusório, como quis Gautama. Alice quer viver. E sentir. E sonhar. Alice assustou-se mas decide. Fecha os olhos. Concentra-se em nada ver. E corre em disparada, na direção do outro caminho.

Escrito no avião em direção a Maceió, madrugada do dia 09 p/ o dia 10 de fevereiro de 2007.

Wednesday, February 14, 2007

Relato

Cheguei sábado a noite em Maceó, ou melhor, em Rio Largo. É que, por mais que o bilhete da passagem de avião informasse que meu destino era Maceió, o avião só nos levava até Rio Largo. Rio Largo com gostinho de Maceió, pois numa sociedade tão mediatizada, ou midiática, como a nossa, os sómbolos, o bilhete no caso, tem quase mais valor do que aquilo que se costuma denominar realidade.
Pois bem, chego em Rio Largo (com gostinho de Maceió) por volta das 1 da manhã e com um objetivo, não gastar mais de trinta reais por dia (totalizando 60), não entrando no cômputoos 45 já gastos c/ a diária da pousada. Primeiro passo, esperar no aeroporto o dia amanhecer p/ pegar um ônibus até o centro. Pensava que seria uma atividade chata, desgastante, enfim, que seria algo que não vale a economia de 30 reais (do táxi). De fato, não valeu a economia de 30 reais, por outro lado, não foi de todo chato.
A livraria do aeroporto de Maceió fica aberta quase 24 hs por dia. Não me recordo a que horas ela fechou suas portas, mas já tinha avançado bastante a madrugada e tive tempo suficiente para ler o meu primeiro Gabriel Garcia Marquez. Reconfortante. O título, Memórias de Minhas Putas Tristes. Logo que entrei, enquanto ainda passava os olhos entre as prateleiras reencontro um olhar, o mesmo que tinha visto no aeroporto de salvador, e, a pouco tempo, à espera da bagagem, no desembarque do aeroporto. Mesmo olhar e mesmo corpo que, porém, percebo ser ainda muio jovem, o que me impede de fazer algo diferente do que contemplar, discretamente, e principalmente o olhar.
Volto ao reconforto do Gabriel, que ocorreu após, muito após, a menina do olhar ter ido embora da livraria. Nunca havia conseguido terminar um livro do Gabriel GM, embora, em verdade, só houvesse tentado o feito com um, Cem Anos de Solidão. Parava sempre nas primeiras páginas. Achava cansativo. Conversando com D no MSN ela me dizia que seu irmão de 26 anos nunca amou e que essas coisas, de fato, demoravam um pouco mais a acontecer com os homens. Não sei bem se é verdade, nem se concordo, mas isso acalmou um pouco meu incômodo por só ter amado pela primeira aos vinte e quatro anos. O personagem do Gabriel GM só conheceu o amor aos 90. Mas não estou aqui para falar do livro, salvo pelo reconforto.
Li meu primeiro GM. Não me apaixonei pelo livro, "comi" algumas linhas, mas não nego que me empolguei com algumas partes.
Depois de Garcia, desisto de continuar na livraria, aventuro-me pelo aeroporto. O primeiro com quem converso é o funcionário da limpeza que, naturalmente limpava, o banheiro. Troco algumas poucas palavras com ele sobre opções de ônibus para o local onde me hospedaria.
Me alojo em uma mesa na Praça de Alimentação e volto a ler Cultura Jurídica Européia, do Manuel Hespanha. Três meninas sentadas numa mesa a frente. Divido a minha atenção entre a leitura e a mesa em questão, mas continuo lendo.
(to be continue)

Sunday, February 04, 2007

GIRAMENTO

Tudo gira,
gira mundo,
gira tudo,
giro eu,
você,
girar não quer,
cantar não quis,
gritar não pôde,
sonhar não foi,
agora gira,
gira tudo,
gira mundo,
giro eu,
você,
não quer,
mas gira.

Nilo Santana 04 fevereiro 12:45;13
À Divindade,
Sobre ela palavras serão sempre parcas,
e experiências serão sempre inesgotáveis fontes de regojizo.
Que meu testemunho seja um pequeno louvor a tua força que nos impele ao gozo e ao choro, diante do contato com o infinito,
Que eu agradeça sempre o milagre da existência.
E que eu nunca perca a fé na vida.
Sempre em ti encontro a felicidade e a paz, queria espelhar-te um pouco mas por hora isso não se mostra próximo.

Nilo Santana 02:05;12 em 29.05.06
nessa época eu morava em ctba.. doce tempo...