Sunday, May 13, 2007

biscoito da sorte

enquanto passaros voam no ceu,
e crianças choram de fome,
enquanto o mundo insiste em girar,
e vc insiste em não cair, apesar da tontura,
enquanto gritos de multidão, explodem ao teu lado,
saíndo de um aparelho televisor que transmite emoções distantes,

enquanto o dia vira noite,
e vc apenas se vira e volta pra casa,
enquanto o estranho da esquina se descobre em um documentário sobre abelhas,
enquanto o mundo insiste em girar,
e crianças choram de birra,

enquanto tudo isso acontece,
vc acordará algumas vezes assustada
e voltará a dormir,
vc irá rir de si mesmo e dos outros tbm.,
vc sentirá fome e sede,
desejará amar,
odiará alguém,
sairá pra dançar,
terá dor de cabeça,

enquanto o mundo continua a girar,
os fatos se amotoam e o presente vira pó,
e novas crianças choram,
e outros passaros voam,
alguns morrem.


Somos tão diferentes e tão iguais,
Te desejo uma boa semana anyway,
E qquer erro na previsão a culpa é da bola de crystal que estava quebrada,
Ou das crianças que insistem em chorar, de fome ou de birra,
Enquanto lá fora- ou aqui dentro- uns se amam outros se matam, mas tdo segue girando sem nos dar tempo de realmente compreender algo disso tdo, ou compreender se existe algo a ser compreendido.

Saturday, May 12, 2007

O chico buarque deveria tocar indie rock

Passou-se o tempo de devaneios,
O rápido flerte que logo morria com os primeiros raios de sol,
Substituído logo por outro,
Com a persistência de uma fé cega e quase ingênua- que na verdade eu chamaria de comodismo e preguiça, mas isso ninguém entenderá o por quê, quase que certamente-
A estimular uma ansiedade quase crônica.


A ansiedade, é vero,
Já havia passado,
Deixou lugar para uma quase retidão de espírito,
Uma leve brisa suave que não se incomoda de não encontrar o mar,
Aceitando o momento, mesmo sem acreditar em destino,
A espera de uma encruzilhada,
Uma espera porém, que esquece de si mesmo, ao menos enquanto espera....
Daí a imagem de retidão.


Os devaneios e brilhos solares mortais porém não cessaram,
Somente a ansiedade deu lugar para algo novo,
Como que desistindo de fazer-se ali presente,
E a espera esquecendo ser espera.

E logo veio o tempo de uma leve apatia,
Leve, nada muito forte,
Como quem diz não se incomoda comigo, não mordo,


E levou-se os devaneios,
E os raios de sol não incomodam mais nada, pois nada novo crescia, que ele pudesse matar.

Apatia que em alguns momentos esquece ser apatia,
Mas permanece ali, como que espreitando, e logo volta a se impor como tal,


Não há mais devaneios, ansiendades, ou protestos contra a insatisfatoriedade de um ou outro sentir,
Tudo se passa como uma cena em que dois anciões tomam chás com torradas,
O existir é quase surreal, mas a explosão de incertezas que confunde e inebria encontra-se afastada.
Tudo fora do lugar, ou tudo no lugar demais.
Surreal pela ausência e não pela abundância é chato, mas isso pq sou preguiçoso, e aqui mais uma vez ninguem entenderá o uso do vocábulo.

Vivendo o século XXI em slow motion...

Bom mesmo seria se o chico buarque tivesse uma banda de indie rock.